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O Fechamento de Nossas Escolas de Administração, Finanças e Atuária

Poucos historiadores relatam nos livros de História uma lei que atrasou o Brasil em pelo menos 30 anos.

Uma lei que explica porque somos um país atrasado, ineficiente, improdutivo, com baixo crescimento, corporativista, cheio de empresas familiares, corrupto e clientelista.

A lei é a 7988 de 1945.

Uma lei que decretou o fechamento dos cursos de administração e finanças deste país. (Só a partir de  1970 os cursos realmente começaram a proliferar novamente no Brasil. O que existia operavam meio as escondidas) 

Decretou o fechamento de todos os cursos, e todos os professores de administração deste país foram demitidos.

Inacreditável que os livros de História nada comentem, e que você leitor nunca soube deste fato.

Vou repetir: Todos os cursos de administração que conseguimos criar desde 1931 foram fechados por lei, e os seus professores demitidos.

Enquanto outros países estavam criando cursos de administração, especialmente após a segunda guerra mundial, nós criamos uma lei fechando os poucos cursos de administração que tínhamos.

Art. 9º Ficam extintos a partir do ano escolar de 1946, o curso superior de administração e finanças e o curso de atuária, de que trata o Decreto nº 20.158, de 30 de julho de 1931.

Vou repetir, porque é difícil de acreditar.

Art. 9º  Ficam extintos a partir do ano escolar de 1946, o curso superior de administração e finanças e o curso de atuária de que trata o Decreto nº 20.158, de 30 de julho de 1931.

Alguém pode justificar esta afronta aos futuros administradores deste país, aos atuários e ao próprio futuro deste país?

É um mistério como historiadores e economistas puderam ignorar um fato deste nas suas análises do porquê do atraso deste país.

Obviamente não pode ser devido ao capitalismo, porque no capitalismo se incentiva o ensino e o preparo prévio antes de comandar empresas com 1.000 a 5.000 funcionários.

Esta lei atrasou a criação de uma classe gerencial neste país, que até hoje está perdida e sem liderança.

Temos que correr atrás do prejuízo.

Será que nossa passagem para a era do administrador está seguindo o caminho certo?

Os EUA começaram essa fase em 1850. Lá e em todos os outros países, surgiu, na época, uma enorme antipatia dos intelectuais com relação às escolas de Administração. Nas escolas americanas, os intelectuais eram geralmente de esquerda e os administradores eram vistos como pessoas de direita. Até porque as primeiras escolas eram, realmente, para formar gerentes de empresas privadas familiares, que a gente conhece tão bem no Brasil.

Em 1910, entretanto, surgiu nos EUA algo que não aconteceu em lugar nenhum do mundo.

A esquerda mais prática – que é a de Harvard, onde eu estudei – percebeu que o administrador ia ser uma força política muito forte, e as empresas familiares iriam ser substituídas pelas de capital aberto e democrático, onde o administrador seria a peça chave, no lugar do capitalista dono.

Então, Harvard muda esse negativismo, pensando assim: “vamos alinhar  esses administradores do nosso lado, o lado social e não do lado dos capitalistas. Vamos criar, então, o curso socialmente responsável”.

No Brasil, a animosidade dos intelectuais contra os administradores é visível até hoje, mesmo depois da revogação da Lei  7988 de 1945, a lei que criou a profissão do Economista.

Por exemplo, a Universidade de São Paulo expulsou o MBA de lá.

E isso é até assustador, porque 10% do ICMS do Estado de São Paulo vai para as universidades públicas estaduais.

Ou seja, nós temos os professores que, apesar de receberem 10% do imposto que é arrecadado pelas empresas, são contra o ensino de Administração.

Conto com vocês.

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