O bancário aposentado Toshio Katsurayama, 71, quis escrever um livro sobre a história de sua mãe. Procurou editoras, mas não houve interessados.

Isso acontece com frequência pois, em geral, as editoras já possuem uma previsão orçamentária dos livros que publicará no ano.

“Se o autor publica seu próprio livro e o vende diretamente, fica com a margem da editora, da distribuidora e da livraria” – Cássio Barbosa

Mas, como Toshio sabia o que queria, ele não desistiu. Juntou “um dinheirinho” e o publicou por conta própria, para realizar um sonho e “brincar de escritor” (a expressão é da jornalista que assina a matéria na Folha).

Toshio, como sabemos, não está sozinho. Ele e milhares de outros autores que não encontram editoras dispostas a lançar suas obras optam pela autopublicação, às vezes contratando empresas para auxiliá-los em cada etapa do processo.

Um grande nicho de mercado se abre com a existência de uma grande quantidade de pessoas interessadas em imprimir pequenas tiragens de seus livros, para venda ou distribuir entre os amigos.

“Se o autor publica seu próprio livro e o vende diretamente, fica com a margem da editora, da distribuidora e da livraria”, diz Cássio Barbosa, da consultoria Tire Seu Livro da Gaveta, contratada por Toshio para produzir seu livro.

Esse público incluirá de palestrantes, que vendem livros em eventos, a líderes religiosos, que os vendem em igrejas, passando por professores, advogados, profissionais de marketing, etc. Esses são apenas alguns dos maiores beneficiados.

Para publicar um livro existe um processo que passa por uma revisão dos originais — ortográfica e de incoerências. Depois, esse texto deve ser diagramado, enquanto um capista cuida da capa. A última etapa é a impressão.

Há autores que optam pela publicação totalmente independente. Esse é o caso do jornalista Junior Bellé, 29, ao lançar seu primeiro livro de poesias, O Sonhador que Colhe Berinjelas na Terra das Flores Murchas, em 2010, com tiragem de 200 exemplares.

A artista plástica Estela Miazzi, 24, também teve a ajuda de amigos para publicar seu “Maria”, em 2012.

A designer Lila Botter participou de todas as escolhas, “desde o papel, a capa, até a gráfica”, diz. Para publicá-lo, arrecadou R$ 13 mil no site de financiamento coletivo Catarse.

Outra opção para autores iniciantes é buscar editoras menores, como a Patuá, que lançou o segundo livro de Bellé, “Trato de Levante”. editor Eduardo Lacerda é o único funcionário fixo da empresa, que recebe em média 150 originais e lança de oito a dez livros por mês.

 


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