Ano passado, a Barnes & Noble, segunda maior vendedora de e-books nos EUA, reportou que 25% do mercado do seu segmento Nook (e-books) era constituído por obras autopublicadas. No relatório publicado hoje pela AuthorEarnings [um site que estuda como os autores podem ganhar mais dinheiro], a partir do movimento bruto de vendas do dia 23 de julho, soubemos que dos 5.000 títulos mais vendidos no gênero ficção pela Barnes & Nobel, 54% são títulos autopublicados.

Em fevereiro, a AuthorEarnings capturou um “instantâneo” dos 5.000 e-books mais vendidos na loja Nook para comparar com o relatório registrado meses antes de vendas na Amazon. Nos 2 relatórios, observa-se o aumento nas venda dos “independentes” e a diminuição nas vendas de quase todos as maiores editoras.

Sabendo o preço de venda, o AuthorEarnings estimou receitas brutas diárias por editora, e conhecendo as taxas de royalties do setor, também estimou os ganhos diários dos autores por editoras.

Nos gráficos, nota-se, por exemplo, que, pelo comportamento nas lojas Nook, os títulos Hachette podem estar sofrendo impacto das negociações com a Amazon também em outros pontos de venda digitais.

 

Gráfico
Gráfico das 5.000 obras, do gênero de ficção, mais vendidas pela Barnes & Nobel (divisão por editora)

 

Mais impressionante, porém, é a quota de mercado conquistada pelos autores independentes. Mais da metade dos e-books mais vendidos são agora autopublicados. Embora a quota de mercado do Nook seja menor do que o da Amazon, no geral, a loja da Barnes & Nobel é tão amigável com o autor independente quanto a loja do Kindle.

O “share” diário dos “indies” é quase duas vezes maior que a parcela de direitos autorais que vai para os autores da editora Penguin Random House, por exemplo, uma das maiores editoras do mercado americano.

Dessa maneira, os independentes parecem estar a caminho de ultrapassar as vendas das “Big 5” combinadas, assim como já o haviam feito na Amazon.

Os dados “brutos” da pesquisa estão disponíveis.

Enquanto isso, no Brasil, uma rápida consulta na lista dos mais vendidos da Amazon, mostra que dos primeiros 20 colocados, 4 são autopublicados. Com potencial de crescimento, se expandimos para os 100 primeiros. Nada mal.

A Amazon se surpreenderia se soubesse o quanto os escritores adoram ter acesso a informações – Hugh Howey (*)

Os e-books “independentes” da e-Galaxia (para citarmos um exemplo nacional), frequentam listas dos mais vendidos em algumas das principais livrarias eletrônicas já há algumas semanas. Além disso, Amazon, Kobo e Saraiva preparam, para os próximos meses, iniciativas interessantes no segmento da autopublicação.

Enfim, não é só nos EUA que os ventos da autopublicação parecem estar mudando. No Brasil também. E as notícias que eles nos trazem parecem ser muito interessantes.

 


Para saber mais

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